Pobreza, exclusão social e desigualdades na Galiza, cada vez maiores
Quase uma quarta parte da população galega encontra-se em situação de
pobreza ou exclusão social, segundo o último relatório de EAPN-Galiza 2009-2011.
A pobreza e a exclusão social avançam na Galiza e no resto do Estado
espanhol. Quase uma em cada quatro pessoas residentes na Galiza padecia
pobreza ou risco de exclusão social em 2011, o que supõe 47.031 mais que
no ano anterior e um incremento de 7,6%. Ao todo, 662.515 pessoas
--23,7% da população-- estavam nessa situação no passado ano, segundo o
último relatório publicado no mês de novembro por EAPN, coligação
independente de ONG e outros grupos envolvidos na luta contra a pobreza e
a exclusão social nos Estados membros da União Europeia.
O relatório indica que a percentagem de população no Estado espanhol que
se encontra em situação ou em risco de pobreza incrementou-se até 27%.
A pobreza volta crescer entre a população galega
Depois de uma queda do índice de pobreza em 2010, este voltou medrar na
Galiza no ano 2011, ocupando o oitavo lugar entre as comunidades do
Estado espanhol com menor índice de pobreza, perdendo um posto a
respeito do ano anterior mas ganhando dois a respeito de 2009, quando a
percentagem de pobres no nosso país era de 19,1%.
Um total de 525.539 pessoas se encontravam na Galiza sob o limite da
pobreza no passado ano, 18,8% da população, o que supõe um incremento de
dois pontos a respeito de 2010. Esse dado, ainda que é três pontos
menor que a média estatal, "é demasiado alto", adverte EAPN. Além disso,
203.088 pessoas --7,3% da população-- vivem em lares com baixa
intensidade de trabalho, situação que cresceu em todo o Estado.
Porém, o número de pessoas que sofre pobreza material severa desceu um
ponto percentual a respeito do ano 2010, afectando a um total de 65.389
pessoas na Galiza.
No periódo compreendido entre os anos 2009 e 2011, a pobreza só diminuiu
na Galiza, Estremadura, Astúrias, Murcia e Ceuta e Melilha. Porém,
enquanto no nosso país a pobreza recresceu no ano 2011, em sete
comunidades autónomas minguou.
Dados estatais
No conjunto do Estado Espanhol, no ano 2011 havia 12.741.434 pessoas em
risco de pobreza ou exclusão, o que supõe 751.071 pessoas e 1,5% mais
que em 2009, afetando a 27% da população.
A fenda entre ricos e pobres também se alargou nestes anos de crise
económica. Assim, EAPN considera "especialmente preocupante" o aumento
das desigualdades no Estado espanhol, onde se entre os anos 2004 e 2007
as rendas de 20% da população mais rica multiplicava por cinco a renda
de 20% mais pobre, desde o ano 2008 20% mais rico ganha sete vezes mais
que 20% mais pobre.
Todas estas cifras são o resultado de aplicar o indicador europeu Arope
(At Risk of Poverty and/or Exclusion) que agrupa três factores: a renda
--inferior a 60% da renda estatal média--, a privação material severa e a
intensidade de trabalho por lar.
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